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O recreio costuma ser um período agitado para diretores e funcionários, com discussões e, não raro, brigas ferozes entre os alunos. O "ovo de Colombo" do projeto Recreio Monitorado, que vem sendo executado em sete escolas do Distrito Federal, é estimular a participação dos alunos em atividades extracurriculares. Com o apoio do Instituto de Pesquisa Ação Modular (Ipam), durante os intervalos são oferecidos cursos de pintura, cerâmica, teatro, artesanato em papel, horta, futebol, capoeira e rap. "Eles voltam mais calmos e realizados para a sala. Com os ânimos menos exaltados, brigam menos e é mais fácil reiniciar a aula", diz Simone Jesus, professora da Escola Classe Varjão.
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Os organizadores das atividades são arte-educadores e 60 jovens que fazem parte do grupo Se Liga, Galera! Escolhidos a dedo pelo Ipam, esses adolescentes tinham tudo para cair na marginalidade. Não eram bons alunos, alguns já tinham passagem pela polícia, outros eram conhecidos pela agressividade. Hoje, fazendo trabalho remunerado, são apontados como exemplos de jovens que ainda continuam envolvidos com os problemas da escola, mas agora na busca de soluções.
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Qualquer escola pode desenvolver um trabalho semelhante de ocupar o tempo livre durante o recreio, mesmo sem contar com o apoio de empresas ou instituições não-governamentais. Para a coordenadora pedagógica da Escola Classe do Varjão, Mara Felipe, uma campanha pela paz deve envolver alunos e professores, todos colaborando na criação e no aprimoramento das oficinas e na solução de conflitos.
Os organizadores do Recreio Monitorado observaram que em todas as escolas do Distrito Federal envolvidas do projeto as brigas diminuíram. O motivo parece ser cristalino: em vez de brigar, os alunos agora têm algo mais interessante para fazer.
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